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Espoleta ativa para os Mísseis Piranha MAA-1A e MAA-1B
A história do míssil Piranha MAA-1A começou na FAB ainda no final da década de 70 inicio dos 80, onde varias tentativas pioneiras de desenvolver um míssil ar-ar foram frustradas.
Em meados de 1986 o Brasil fechou uma serie de acordos com o Iraque, e o míssil Piranha, na época com a FAB sem ter fundos suficientes para seu financiamento, vislumbrou a possibilidade de usar deste acordo como forma de desenvolver o projeto.
O mítico Brigadeiro Hugo Piva montou então uma equipe brasileira , para junto dos Iraquianos, desenvolver naquele pais a infra estrutura fabril necessária para o desenvolvimento e produção de um míssil, que mais tarde seria chamado de MAA-1A.
A OPTO foi convidada a participar deste esforço, participando do desenho do parque fabril, que pretendia prover o Iraque de moderna oficina óptica, filmes finos, mecânica de precisão. Por fim a equipe OPTO iria participar do desenvolvimento de partes do míssil.
Os trabalhos iniciaram em 1987 e cerca de duas dezenas de profissionais brasileiros iniciaram os trabalhos naquele país.
Com a invasão do Kuwait pelo Iraque em 1989 e a Guerra do Golfo, as atividades da equipe brasileira e da equipe OPTO foram interrompidas, e mais tarde , em 1991, o projeto cancelado pelo governo do Iraque.
Em 1993 a equipe remanescente foi reagrupada pelo Brigadeiro Piva, e parte desta equipe acabou por fundar a Mectron EIC LTDA em São José dos Campos. Logo de inicio a OPTO foi convidada a retomar as atividades em novo projeto, desta vez levando o nome MAA-1A, e principalmente desta vez com fundos suficientes pela FAB. O escopo de trabalho da OPTO foi o de desenvolver uma espoleta Laser de proximidade, item inédito até então no projeto. Partes do seeker termal também foram desenvolvidas pela OPTO.
O contrato foi assinado em outubro de 1993 e o desenvolvimento acompanhou todas as fases e desafios do famoso programa PIRANHA da FAB. Os primeiros voos ocorram em 1996, vindo o míssil a ser aprovado em 1998.
A espoleta ativa do Piranha, desenvolvida pela OPTO, tinha desenho inédito e sem similares no mercado de então. O processo de funcionamento foi especialmente desenhado para fugir de componentes críticos que tornassem a fabricação susceptível a embargos e boicotes. A opção por método e conceito de funcionamento diferente dos concorrentes fez com que o projeto empregasse itens pouco usuais e normalmente empregados em produtos civis.
O método de funcionamento foi muito questionado na época, devido o temor de alguns membros da FAB em apostar em tecnologias inéditas. Felizmente, apesar de grandes percalços e desafios iniciais, a espoleta logo demonstrou funcionamento dentro das especificações. Em 1998 foi homologada. Ao contrario do restante do míssil que teve inúmeros e custosos embargos, a espoleta OPTO EAMAA foi o primeiro item homologado do programa, demostrando funcionamento e confiabilidade e se provou robusta aos poucos embargos nela ocorridos, permitindo que o processo industrial se consolidasse sem grandes percalços.
Seu funcionamento e método de operação também a tornou indetectável pelos sensores e contramedidas eletrônicas da época, se tornando importante vantagem tática.
Ao todo foram construídas cerca de 130 unidades sendo todas integradas pela MECTRON nos mísseis MAA-1A, entre 1998 e 2010.
Em 2008 a FAB encomendou nova variante do míssil Piranha, chamado então de MAA-1B, e a OPTO desenvolveu uma versão específica para esta variante, sendo entregues 15 unidades até o enceramento do programa em 2012. Mais tarde , em 2016 houve a interrupção das atividades da Mectron, encerrando assim a historia do PIRANHA.
Espoleta Laser do Míssil MAA-1 Piranha, Desenvolvimento do Míssil iniciado na década de 80. CTA-ASB, São José dos Campos, e míssil assumido pela Mectron EIC LTDA em 1993. A OPTO desenvolveu e produziu a espoleta ativa a laser bem como partes do seeker entre 1994 e 2012, até o finalização pela FAB deste programa, e da Mectron em 2016.