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Câmara WFI de Visada larga (Wide Field Imager) para os satélites CBERS 3, 4 e 4A
Assim como ocorrido na câmera MUX , a OPTO também foi convidado a participar do desenvolvimento da câmara WFI para o CBERS 3, 4 e 4A. Como a OPTO já estava envolvida na MUX, e já havia já um longo histórico de relacionamento de saudável parceria com a firma Equatorial Sistemas, em 2005 as duas empresas julgaram por bem e formaram o Consorcio WFI.
O consorcio submeteu proposta conjunta para a licitação ocorrida em setembro de 2005.
A proposta foi vencedora e o consorcio WFI tinha a seguinte distribuição de atribuições.
A OPTO Eletrônica seria responsável por todo o bloco optronico, os dois canhões, dois planos focais, baffle, eletrônica de proximidade, conjunto chamado de WFI-OMB, e a Equatorial Sistemas pelos módulos eletrônicos de processamento de vídeo e controle térmico, bloco chamado WFI-SPE.
O consórcio foi o responsável pela integração final e testes de qualificação.. O projeto previa a entrega de três modelos de voo FM1, FM2 e FM3, e duração prevista de 4, 5 anos.
A WFI sofreu dos mesmos percalços que a MUX com relação a embargos e boicotes, mas foi beneficiada por estar um ano depois do cronograma da MUX e, portanto, pode empregar diversas soluções e abordagens, infraestrutura e ferramental que haviam sido desenvolvidas no programa MUX.
Apesar de ter especificação complexa, porém mais simples e arquitetura menos exigente, a resolução era de 80m contra 20 da MUX, a WFI tinha seus próprios e enormes desafios.
Entre eles o grande campo de visada, o difícil alinhamento de dois canhões simultâneos, e a manutenção de sua estabilidade de apontamento decorrente de efeitos térmicos em orbita. Um cuidadoso projeto térmico foi realizado.
Logo que foram iniciados os trabalhos, a Equatorial Sistemas se tornou subsidiaria da então multinacional Francesa CASSIDIAN, mais tarde AIRBUS, o que de certa forma deu estabilidade ao consorcio em termos financeiros.
Devido restrições de seu respectivos governos e acionistas, e apesar da disposição de ajudar sempre demonstrada pela equipe EADS CASSIDIAN, não foi possível utilizar o vasto conhecimento desta companhia em projetos espaciais, e nem empregar sua ampla rede de fornecedores qualificados.
Assim, a WFI não pode utilizar soluções AIRBUS nem sequer obter informações cruciais durante o seu desenvolvimento.
Todas as soluções e tecnologias empregadas foram desenvolvidas pelo próprio consorcio, sendo as equipes OPTO e equipes EQUATORIAL demonstrando saudável e produtiva parceria.
Assim o projeto WFI pode ser considerado um projeto 100% brasileiro, assim como a MUX. Os resultados falam por si.
O projeto terminou em março de 2013, com a entrega dos modelos FM1, FM2 e FM3, sendo o termo circunstanciado de finalização e aceite emitido em maio de 2014.
O modelo QM remanescente, foi em 2019 recondicionado para emprego na missão Amazonia I, e deverá ser lançado a bordo do satélite PMM Amazonia I em fevereiro de 2021.
Assim como a divisão OPTO Tecnologia Optronica LTDA foi adquirida pelo Grupo SAAB/AKAER em dezembro de 2016, a Equatorial Sistemas também acabou sendo adquirida por este grupo em 2018, sendo, portanto, o consorcio sobrevivente até hoje.
Câmera WFI FM2 do CBERS 4 sendo testada no INPE antes do embarque para a China em agosto/2012.
Foto da equipe OPTO responsável pela câmera WFI-OMB no envio do primeiro conjunto Fm1 para a Equatorial Sistemas em 2011.
IMAGEM WFI obtida no CBERS 4 – São Paulo e Vale do Paraíba em 25 agosto de 2016.